O que é neuroarquitetura?

Você já reparou como o ambiente em que você está influencia suas emoções e comportamento? Você pode até não notar a princípio, mas o seu cérebro, a partir do momento em que entra em determinado ambiente, produz diferentes substâncias no seu corpo, e isso pode alterar o seu humor e comportamento a curto ou longo prazo. Isso porque apenas 5% dos efeitos são notáveis; os outros 95% ocorrem apenas no cérebro, de maneira imperceptível.

Esses efeitos podem ser medidos pelos estímulos cerebrais, pelas áreas do cérebro que estão em atividade, por substâncias que são produzidas, pelo ritmo cardíaco, entre outros. Este estudo do sistema nervoso é medido pela neurociência, e a junção inseparável deste com a arquitetura é a neuroarquitetura.

A psicologia na arquitetura vem sendo estudada há muito tempo. Em 1735, Alexander Gottlieb Baumgarten, um físico e professor de filosofia, pioneiramente introduziu o termo “estética”, que era a ciência do conhecimento sensorial que chega à apreensão do belo e se expressa nas imagens da arte, ao contrário da lógica, como o saber cognitivo.

Apesar de muito nova, a neuroarquitetura ganha mais força e estudo, já que a relação entre os espaços construídos e o cérebro é extremamente forte e, hoje, permite quantificar e explicar cientificamente os efeitos antes só teorizados.

A relação do homem com o meio é fundamental para o seu desenvolvimento, então a maneira como os ambientes são organizados e construídos é muito importante no desenvolvimento cognitivo e como o ser humano interage com o ambiente. Questões ambientais, como luminosidade, temperatura, acústica e ventilação, são elementos indispensáveis na configuração de um projeto de qualidade. As cores também são grandes geradoras de conforto e saúde, como já mencionamos neste texto do blog (aqui).

Este estudo é ainda mais importante, pois varia de acordo com o ambiente a ser projetado, ou seja, para um projeto de uma residência ser de qualidade, a atmosfera tem de ser diferente de uma escola ou de uma loja, os estímulos sensoriais desejados são diferentes; enquanto que, na sua casa, você deseja promover o relaxamento e a socialização, o ambiente escolar almeja aprendizado, criatividade e produtividade.

É mais fácil ilustrar esses efeitos pegando um exemplo bem comum no dia-a-dia da maioria das pessoas: o escritório. Os populares cubículos corporativos, as grandes salas brancas com iluminação fria artificial, sem janelas e refrigerado por ar condicionado são o exemplo mais utilizado quando se fala de neuroarquitetura. Esse tipo de ambiente proporciona pouco ou nenhum estímulo ao cérebro. São todos iguais, não há presença de ar ou iluminação naturais. Vivemos numa época que mais de 50% da população mora em cidades e permanece 87% do tempo sob iluminação artificial. É afirmado que sofremos de altas taxas de ansiedade, neurose, estresse e, desde muito cedo, doenças mentais, em destaque a depressão e esquizofrenia.

Mais um exemplo de efeito negativo deste tipo de ambiente? A iluminação na natureza varia gradualmente durante o dia. Na parte da manhã, é mais azulada; pela tarde, quando vai anoitecendo, a luz se torna quente, dourada, que promove o estímulo na produção de melatonina, mais conhecida como hormônio do sono. Em outras palavras, é cada vez mais comum a ocorrência de pessoas que não conseguem dormir e, muitas vezes a causa, deste problema é que elas passam o dia todo num ambiente com apenas a luz azulada, comum nos escritórios.

Não só a iluminação. Foi confirmado pela neurociência que a deprivação de sentidos é tão desgastante quanto a falta de estímulos aos músculos do corpo, que, sem estímulo, atrofiam. Acontece o mesmo com o cérebro. Para evitar que isto aconteça, o cérebro chega até a criar alucinações para se auto estimular. Este efeito ruim explicado pela neuroarquitetura. Ou seja, um projeto que produz estes efeitos NÃO é um projeto de qualidade.

Uma das oportunidades do arquiteto é a de mudar a vida das pessoas. Fazer a diferença é um dos efeitos colaterais da profissão. Ao mesmo tempo, é uma grande responsabilidade porque o que criamos permanece por muito tempo. Com um projeto bom, podemos induzir estímulos positivos para cada ambiente. Por exemplo: escolas que induzem o aprendizado, hospitais que estimulam a recuperação dos pacientes e ambientes corporativos onde os trabalhadores se sentem mais motivados, focados e criativos. Todos estes estímulos aumentam a produtividade e melhoram a função, sendo expressamente desejados e procurados.

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