Elementos vazados na arquitetura – Cobogó e Muxarabi
Você já ouviu falar em elemento vazado? Talvez não, mas no cobogó? Já ouviu, não? Pois é. Os elementos vazados são peças que podem ser em concreto, madeira, cerâmica ou vidro, formando, então, uma parede divisória ou de fechamento entre um ambiente interno ou externo, que possibilita a passagem de ar e luz.
Eles desenham a sombra nos pisos e nas paredes, um efeito que transforma todo o ambiente para quem o vê desde o exterior até o interior. Também trazem graça e vida ao ambiente e estão voltando com tudo na arquitetura, em fachadas, e arquitetura de interiores, seja em residências, bares, restaurantes ou comércios no geral. Ao mesmo tempo que ele torna o ambiente permeável visualmente, os elementos vazados trazem privacidade ao usuário.
Vamos apresentar dois elementos vazados: muxarabi e cobogó.
O muxarabi, que significa “local fresco” e é um dos elementos mais característicos dessa época. Hoje, existem muito poucos exemplares de muxarabis. A vinda da corte portuguesa foi um golpe de morte para eles. Oficialmente, alegava-se que o país devia perder os ares de colônia e assimilar as novas tendências europeias. Veja alguns exemplos deste elemento vazado pelo mundo e no Brasil:
Sobre nosso brasileirinho: o cobogó!
O cobogó é brasileiro, mas é uma herança da cultura árabe, baseado nos muxarabis – construídos em madeira. Surgiu na década de 1920, em Recife, e seu nome deriva das iniciais dos sobrenomes de três engenheiros que, no início do século XX (1929 ou 1930), trabalhavam na cidade brasileira do Recife e, conjuntamente, o idealizaram: Amadeu Oliveira Coimbra, Ernest August Boeckmann e Antônio de Góis.
Inicialmente, os cobogós eram feitos apenas de cimento. Com sua popularização, passaram a ser moldados com outros materiais, como argila, vidro, cerâmica, entre outros, variando também no formato e nos desenhos.
Em muitos lugares do Nordeste do Brasil, o nome sofreu várias variações, tais como combobó, combogó, comogó, comongol, comogol, comungó.
O elemento ficou conhecido quando o arquiteto urbanista Lúcio Costa o inseriu sutilmente em suas obras, remetendo à arquitetura colonial, o tornando um elemento presente na estética da arquitetura moderna brasileira.
Atualmente, o cobogo além da variedade de materiais, possui muitas variações de formas e cores. Ele pode ser utilizado tanto em fachada como internamente, dividindo um corredor de uma sala ou uma lavanderia aberta para a cozinha, trazendo muito charme e originalidade ao projeto e ambiente.
Ele também é muito fácil de encontrar no mercado, seja em home centers, seja em lojas e marcas especializadas em elementos vazados.
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